segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Resignação

Quanto tempo levaria para o seu coração não se contradizer?
Quanto tempo ainda haveria entre ela e aquele coração?
Eram tantas perguntas lançadas ao universo
Naquela tarde ela corria, como sempre fazia, sozinha
Passava entre as árvores, e cruzava tantos rostos
Sabia que cada um deles carregava uma angústia, uma renúncia, uma dor
Um amor não correspondido, perdido no tempo
Ela compreendia, com a resignação que só a maturidade traz
Que era tudo uma questão de acreditar no futuro
E até lá, bem... até lá
Não desistir e não desmoronar
Porque seu corpo tinha vontade de se entregar para aquela tristeza
E ficar deitado, encolhido, até que o amor fosse embora.
Aquele amor que tanto lhe encheu de alegria
Agora ela queria que saísse de dentro de si

Era contraditório demais desejar aquele rosto
E desejar que ele sumisse de sua memória
A memória, essa que sempre surge
Torturando o coração da gente

Ela pedia a Deus que lhe curasse aquela dor
Abrandasse aquele desejo
Tirasse aquelas lembranças da sua mente
E lhe preenchesse o tempo, o espaço que, sem ele, ficava longo demais
Difícil demais de passar
Sentia-se como quando fazemos a escolha errada no cinema...
E esperar até os créditos finais é uma tortura

Colocava-se diante do espelho
E em seus olhos via a tristeza estampada
Tantas possibilidades de felicidade e aquele rapaz deixou escapar
O que será que o destino iria lhes aprontar agora?


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ela quer agora

Quando quer, quer agora
Pensava: pra quê esperar?
Não sabia se teria tempo de viver aquele sentimento amanhã
Ninguém sabe se amanhã estará aqui
Por isso sua alma infantil não compreendia porque as pessoas deixavam as melhores coisas para depois
Sabia que um outro amor te visitaria e a faria imensamente feliz
Só não tinha certeza se o rosto e os cabelos daquele rapaz sairiam da sua memória
Memória que te traía o tempo todo
E a fazia cair em contradição
Se contradizia a todo momento
Dizia para si mesma, e para os outros, que iria tirá-lo de seu coração
Mas a cada noite, a cada novo amanhecer
Ele estava lá
Para te atormentar, te fazer sentir-se tão só e abandonada
Sentia o cheiro dele ainda nos lençóis, no travesseiro
E em cada pedaço daquele apartamento que ele havia estado...
Lá estava sua memória a lhe pertubar

E em tantas contradições, ficava confusa
Algo dentro de si lhe dizia que ele não é a pessoa certa
E outra voz lhe implora para lhe dar mais uma chance
Sim, porque ela sabe que a chance seria para ele dessa vez
A chance de ser tão fielmente amado
Desejado
Desejado até nas entranhas daquela mulher
Um sentimento tão intenso
Vindo de uma mulher também intensa, verdadeira
Apaixonada
Mulher, com todas as palavras

Ela sabe que um dia será tarde
Mas este dia vai chegar
O dia em que ele vai querer tanto este amor
Mas já não haverá espaço no coração daquela mulher
Não para ele.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Correndo para esquecer

Enquanto corria ao lado do mar
Ela deixou o pensamento conduzí-la
E ela já conhecia o lugar para onde foi levada
Era no coração dele, nos seus olhos
Ela queria estar refletida em sua retina
Ver sua imagem nas lentes dos óculos dele.

Apressou os passos e correu mais rápido sob a chuva forte que caía no mar
Queria correr na direção dele, direto para os seus braços
Sentia a saudade apertar o coração ferido
Ela tinha a imagem dele tão viva dentro de si
Tudo o que te tirava o sono
Seus cabelos, suas mãos
Seus braços que te envolviam
Ela pedia aos céus para entender
Apenas entender o porque da distância

Se fosse para não ter mais seus lábios em sua face
Preferia esquecer
Apenas esquecer
Esquecer aquele rosto
E aquele encontro marcado
E que fez com que sua vida nunca mais fosse a mesma.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


"Eu hoje joguei tanta coisa fora,
Cartas e fotografias
Gente que foi embora....
A casa fica bem melhor assim..."

Ela ouviu essas frases soltas em uma canção
Identificou-se com seu dia, sua noite
E tudo o que vasculhou dentro dela
Jogou coisas fora
Abriu mão de outras
Apagou fotografias
E deletou antigos desejos

Sabia que havia chegado no seu limite
Colocou as cartas na mesa
Rompeu as paredes
E os vidros do boxe pareciam lhe sufocar durante o banho
Era um sentimento que estava saindo, arranhando as paredes internas do seu corpo
Cortando partes dela, relutando em sair
Saía em gritos, lágrimas
E escorriam pelo ralo

Ela viu seus olhos tristes
Pelo contraste do espelho
Sabia que não teria mais volta
Não entendia
Leva um tempo para a alma entender

Fechava os olhos e a imagem daquele rosto lhe pertubava
Ela queria, agora, odiar o que sempre amou
Gratuitamente amou
Como lidar com sentimentos tão antagônicos?
Como fazer o caminho de volta, tendo chegado tão longe?
Voltaria?

Rendeu-se ao cansaço
Cobriu o corpo dolorido e cerrou os olhos
Buscou o sono
Acordou já com os primeiros raios de sol invadindo o seu apartamento
Por um instante pensou em se entregar

Mas vestiu-se com aquela roupa,
Aquela, que um dia deixara ele tão fascinado
Nos cabelos, o perfume que ele tanto amava
Nos lábios e nas unhas, carmim
Calçou as sandálias de salto
Pegou sua bolsa
Abriu a porta, aquela que nunca mais se abriria para ele
Respirou fundo
E seguiu para o seu destino

Caminhou pelas ruas do bairro
Desejou não pensar mais naquele rosto
Mas acalmou-se quando se deu conta
De que fez tudo o que poderia fazer
Esgotou suas fichas
Arriscou, saltou do alto do edíficio
Mas ninguém a aguardava lá embaixo
Então vai levar um tempo para cicatrizar as feridas da queda

Mas ela sabe, ah, ela sabe
Que alguém a espera.



terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Amor jogado no deserto

Ele leu todos os e-mails
Todas as mensagens
Buscando, em cada linha, a explicação para o sumiço dela
Seu coração batia apressado, as respostas eram muitas
As possibilidades inúmeras

Cada pessoa lhe dava um veredicto
Cada alma processava aquela situação de maneira distinta
De acordo com suas viagens pessoais

Mas alma daquele rapaz não entendia
Sabia, dentro dele, que o que aquela moça lhe fazia era incomum
Um amor tão intenso, tão puro, tão dela
E ela não queria. Aquele rapaz.

Mesmo assim seus olhos a procuravam
Ele desejava tocar seu corpo
Acariciar os cabelos perfumados dela
Ter coragem de dizer o que sente

Mas as palavras mais uma vez perderam-se no caminho
Um caminho que ele não quer mais trilhar
Pois agora sabe que seu amor não é aquela moça de olhos amendoados
Seu amor agora pertencia somente a si mesmo
Ele buscaria um porto seguro
Uma alma amiga
Alguém em quem confiaria toda a beleza daquele amor

E aquela moça que ele amava, secaria como rosa no deserto


Águia apaixonada



Estava na vida para sorrir
Aprender a amar
Entendia seu atual estado, mas sabia que não o perpetuaria
Já esteve em quartos escuros
Agora sabe que quer a luz
O calor do sol
O amor de quem entende a força deste sentimento
Não poderá mais perder-se em dúvidas e medos
Ela quis levá-lo para um passeio nessa vida
De mãos dadas
Dentro de si, somente amor
Um amor tão intenso e pertubador que a confunde.
A coloca em estado de apreensão.
Ele lança sinais difusos
Ela capta o que entende
E nem sempre é a verdade
Nem a dela e nem a dele

Mas a única verdade que ela irá seguir é a de seu coração
Como uma águia ela mira o sol
O alto
E sabe que está no caminho certo
Por mais errado que ele lhe pareça
Ela sabe, no fundo ela sabe
Este amor deixará marcas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Céu Azul

Memórias...
De um dia lindo de sol
Paz, mar
E muito tempo para amar...


"Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa, me deixa aqui a toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca

Fica comigo então, não me abandona não
Alguém te perguntou como é que foi seu dia?
Uma palavra amiga, uma noticia boa
Isso faz falta no dia a dia
A gente nunca sabe quem são essas pessoas

Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós
Eu estava errado e você não tem que me perdoar

Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar

E viver, e cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver, vadiar
O que importa é nossa alegria
Vamos viver, e cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver, vadiar
O que importa é nossa alegria

Tão natural quanto a luz do dia
Mas que preguiça boa, me deixa aqui a toa
Hoje ninguém vai estragar meu dia
Só vou gastar energia pra beijar sua boca

Eu só queria te lembrar
Que aquele tempo eu não podia fazer mais por nós
Eu estava errado e você não tem que me perdoar

Mas também quero te mostrar
Que existe um lado bom nessa história
Tudo que ainda temos a compartilhar

E viver, e cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver, vadiar
O que importa é nossa alegria
Vamos viver, e cantar
Não importa qual seja o dia
Vamos viver, vadiar
O que importa é nossa alegria

Tão natural quanto a luz do dia..."

(Charlie Brown Jr.)