segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Resignação

Quanto tempo levaria para o seu coração não se contradizer?
Quanto tempo ainda haveria entre ela e aquele coração?
Eram tantas perguntas lançadas ao universo
Naquela tarde ela corria, como sempre fazia, sozinha
Passava entre as árvores, e cruzava tantos rostos
Sabia que cada um deles carregava uma angústia, uma renúncia, uma dor
Um amor não correspondido, perdido no tempo
Ela compreendia, com a resignação que só a maturidade traz
Que era tudo uma questão de acreditar no futuro
E até lá, bem... até lá
Não desistir e não desmoronar
Porque seu corpo tinha vontade de se entregar para aquela tristeza
E ficar deitado, encolhido, até que o amor fosse embora.
Aquele amor que tanto lhe encheu de alegria
Agora ela queria que saísse de dentro de si

Era contraditório demais desejar aquele rosto
E desejar que ele sumisse de sua memória
A memória, essa que sempre surge
Torturando o coração da gente

Ela pedia a Deus que lhe curasse aquela dor
Abrandasse aquele desejo
Tirasse aquelas lembranças da sua mente
E lhe preenchesse o tempo, o espaço que, sem ele, ficava longo demais
Difícil demais de passar
Sentia-se como quando fazemos a escolha errada no cinema...
E esperar até os créditos finais é uma tortura

Colocava-se diante do espelho
E em seus olhos via a tristeza estampada
Tantas possibilidades de felicidade e aquele rapaz deixou escapar
O que será que o destino iria lhes aprontar agora?


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